sexta-feira, 25 de março de 2016

Resenha: Campinense X ABC

Ah… mas vai ter Copa do Nordeste sim!

Amigos do Facebook e redes (sociais) afiliadas, com o oferecimento do Bar Ferro de Engomar (maior bar de esquina do mundo), este que vos escreve besteiras em distribuição uniforme está de volta à capital mundial do futebol do interior: Campina Grande -- a São Paulo que deu certo. Única cidade do mundo que construiu um viaduto suspenso para *não* resolver um problema que *não* existia. Cidade que, a partir de hoje, é considerada também pólo de presença nas listas Odebretchianas, uma vez que possui dois dos seus expoentes políticos presentes.

Sempre entrincheirado contra a ABNT, copiando piadas alheias e mantendo o descompromisso ortográfico, a resenha de hoje abordará o jogo entre o Campinense, invicto na Copa do Nordeste, e o ABC - RN.

Antes dos detalhes, é importante ressaltar que este cronista estava sob clara influência de cereais não maltados durante o jogo. Por isso, a resenha de hoje, e só a de hoje, pode parecer um pouco exagerada. Contudo, segue firme o compromisso com a verdade.

Ainda, gostaria de registrar que ilustres leitores e frequentadores do estádio amigão tem dado moral à resenha, que já é considerada uma tradição na paraíba do oeste. Há quem diga, inclusive, que o documento que o 'Bessias' estava levando era a resenha impressa em papel federal timbrado.

Vamos pro jogo.

O Campinense veio a campo, inicialmente, em um 4-4-2 com a seguinte escalação:

Glédson - O Tafarell bonito
Everaldo
Joecio e Tiago Sala (a.k.a Marcio Santos e Aldair)
Danilo
Tiago Pedra (Não é Negretti. Que volante! Meu camisa 10 é o 5, amigo)
Magno (há tempos o mortor do time)
Fernando Pires
 Paulo Roger Ganso
Chapinha
Rodrigão (nosso garoto)

O ABC, treinado por Geninho, campeão brasileiro pelo Atlético Paranaense, veio a campo com a seguinte formação:

Jota; Max, Vinícios, Jerfeson Lima e Luiz Felipe; Montanha, Italo, Zaquel e Echeverria; Vitor Sapo e Leozinho.

Embora a formação do maior do interior do nordeste remetesse ao quadradismo do 4-4-2, o que Francisco el loco Diá fez ontem o elevou ao patamar dos grandes técnicos brasileiros. A resenha já vem destacando a qualidade do loco há tempos. Ciente da deficiência na lateral direita, Diá mudou a formação tática durante o jogo e sem fazer reposição de peças. O que se viu foi Roger Gaúcho muitas vezes atuando de lateral direito, para ajudar no combate e, pasmem, formar uma linha de 3 meias! Este cronista acompanhou o William sem grife de perto e viu a sua atuação no corredor lateral. Foi impressionante! 

O fato de utilizar Roger muitas vezes como lateral foi fundamental para o passeio em Campo. Primeiro porque, não sei como explicar, nosso 10 marca bem. Segundo, porque possibilitou a saída com qualidade da defesa. 

Na linha de frente da zaga, outro destaque (há tempos) é Magno. Nosso camisa 7 é um volante assustador! Corre, marca e passa bem. Ao seu lado, Tiago Pedra fez uma boa partida e quase nos fez esquecer da ausência de Negretti. Aliás, esse é o único defeito de Tiago Pedra. Ele não é Negretti (que volante! Meu camisa 10 e o 5, amigo).

Com o time bem armado e correndo muito, o que se viu no tapete verde da serra da Borborema foi um verdadeiro passeio em campo. Roger Gaúcho deslizou nas dunas da defesa norte-rio-grandense.  

O passeio começou logo no primeiro minuto, quando Everaldo, recebendo passe de Rodrigão, perdeu um gol claro. A partir de então, o Campinense impôs seu jogo, como todo time grande.

Aos 25, ele, sempre ele, nosso garoto abriu o placar em uma passe incrível de Roger Gaúcho. O George Weah da Bela Vista continua sendo o artilheiro do Brasil.

O primeiro tempo, embora em sua plenitude tenha sido comandado pelo maior do interior do nordeste, terminou 1x0. Quem estava no estádio, percebeu que, assim como Jesus, Roger Gaúcho estava guardando a melhor parte para a sua volta do intervalo.

E foi o que aconteceu. Aos 12 + 1 minutos, depois de jogada muito bonita na meia caixa, a bola sobrou para o nosso 10 que guardou com tranquilidade. A partir daí, ele tomou conta do jogo. Com uma disposição incrível para acompanhar o lateral e sair no conta-ataque, Roger comandou a raposa no jogo mais bonito que este cronista já acompanhou no Amigão.

O toque de bola era envolvente. O time de Francisco El Loco Diá está jogando por música.

Pausa para alguns detalhes sobre o maior do interior do nordeste:

- Francisco el loco Diá tem o time na mão. E sabe trocar as peças na hora certa.
- O grupo é obediente taticamente. O craque volta para marcar até a bandeira de escanteio se for preciso.
- O grupo está fechado.
- Todos os jogadores sujam o calção. Até o nosso Paulo Roger Ganso deu um carrinho incrível na marcação do lateral.
- Temos um centroavante de ofício.

Em resumo, o time do Campinense é um mol de clichês. E o que não é vida, senão um clichê? (incluindo essa frase).

Mas, calma. O melhor ainda estava por vir. Aos 31, Roger, lembrando Johan Cruyff, recebe pela direita, corta o zagueiro e marca um Golaço! Antológico! Homenagem póstuma ao craque dos países baixos antes mesmo dele morrer. Foi a primeira (e maior do mundo) homenagem póstuma antes da morte de um mito.

Por fim, aos 37, quando a gente achava que não haveria como melhorar, uma troca de passes incrível culminou com Roger colocando a bola na cabeça de Danilo. 4x0. Que time é esse? Me lembrou a final da copa das confederações entre Brasil e Argentina, quando o time canarinho passou 73min trocando passes antes do gol.

Último destaque da resenha de hoje vai para a nossa dupla de zaga: Joécio e Tiago Sala. São 22 partidas atuando juntos sem levar gols em 12 delas. Ainda, essa defesa nunca levou mais do que um gol por jogo. 

A resenha volta na fase de mata-mata da Copa do Nordeste. Como disse Clarice Lispector, sexo, drogas e rock and roll é coisa de adolescente, adulto gosta mesmo é de mata-mata. Que torneio!


São 18 partidas invicto! Respeita a raposa, mundiça.

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